duas semanas. É o tempo que não te vejo.
O que mais me dói é que só te mostras interessado quando me sentes ir embora. E não é ir embora de mansinho, em pezinhos de lã. Não! Para ti, só é válido dizeres que sentes a minha falta quando me vou embora e bato a porta com tanta força que o chão estremece. Já não me queres. Sinto que já não me queres, meu amor. Liguei-te há bocado para te dar conta do quão distraída sou, que deixei uma panela ao lume até queimar. Tudo. Até a casa ficar imunda do fumo que saía daquela cozinha. E eu no quarto, deitada de barriga pro ar na esperança de ter uma resposta tua. Foge-me tudo quando tu me foges. E já não vens comigo. Já não foges do meu lado nem corres a par e passo pra me apanhar e deitar na cama, segurando-me nas pernas e nos braços enquanto me fazes rir. Isso, que é a coisa que mais me tira do sério, fazia-me saber que me querias ver sorrir.
As lágrimas correm pela minha cara como se de Fórmula 1 se tratasse. Não sei quantas por minuto nem a que velocidade vão mas perco a conta e fecho-me na linha, não sabendo se é a meta ou a partida. Ajuda-me a saber o que pretendes, pois o meu corpo vagueia entre lances carinhosos e perigosos e só não consigo eu mesma estar quieta, serena, à espera sem saber o que esperar. E ao mesmo tempo não quero deixar de esperar porque se espera com esperança.
Não consigo sair com força.
Não consigo sair de mansinho.
Tu, parece que já saiste. E nem esperaste por mim.
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