quinta-feira, 22 de maio de 2014

O meu caixote

do lixo está cheio de papeis assoados até ao cimo, 
como se fossem flores a sair de um vaso numa tarde de primavera.

É impossível não chorar a tua ausência porque, claro está, estás longe de mim. Todos os motivos me dão motivos. Para chorar. Hoje queria ir ao cinema. Ver filme nenhum. Um qualquer. Só pra estar do teu lado de novo. Eu e tu, como quando vimos aquele filme de terror que tanto te ficou na cabeça. É ao teu lado que os filmes são os melhores de sempre, mesmo quando a história é sobre uns soldados que guardam monumentos que quase me fazem adormecer um minuto antes do intervalo. 

Ia escrever antes de me ligares. E entretanto o meu telefone tocou e suspirei de alívio por seres tu. O teu discurso pode não ser coerente mas entra nos meus ouvidos como uma brisa fresca no verão. Ficava horas a ouvir-te falar, de tudo e de nada. Conheço tudo de ti e ao mesmo tempo não conheço coisa alguma. Gosto de ti com barba e sem barba. Com mini barba. Com bigode. Até com pêra. Gosto de ti de qualquer maneira. Gosto de ti em t-shirt "Coimbra-Londres" e no teu fato Sacoor (mesmo que não o tenha visto, já sei que é azul, como eu gosto). Gosto tanto de ti, que até gosto sem roupa.

E é sem roupa que me sinto agora.
Embora vestida, nua.
À espera da tua capa de quenturas que me colocas nos ombros e me faz dormir sossegada.

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