segunda-feira, 19 de maio de 2014

Já faz

um tempo que acordei e eu não queria mesmo escrever-te.

Quero tentar não pensar em ti porque tu não pensas em mim. Doem-me muito as pernas hoje porque já não estava assim tão habituada. Ainda assim, a tua ausência dói muito mais que elas.  Na verdade, eu fui pra ver se conseguia cansar-me.  Talvez hoje vá correr outra vez, apesar de não ter funcionado. Sonhei contigo outra vez. São sonhos daqueles que te fariam rir e gozar comigo de tão estúpidos que são. E claro, envolvem sempre uma figura feminina que não sou, de todo, eu. A minha mente já te arranjou trinta mil estórias diferentes, até condutor de um autocarro já foste. 

Hoje está a custar muito. Principalmente por estar em casa. Se quisesses ver-me hoje, eu estaria neste momento a tomar um banho pra estar na tua empresa às seis em ponto. Tenho saudades de comer um folar da Páscoa quase inteiro do teu lado. Tenho saudades de te fazer companhia enquanto fumas um cigarro, ao mesmo tempo que rezo pra que isso dure mais de meia hora. Até tenho saudades de esperar duas horas sozinha, que tu saias para estar comigo. Será que já te esqueceste de mim? Será que na verdade já não queres mesmo ser meu e sou a única que continua, embora em silêncio, à espera que venhas pra mim? Queria explicar-te porque fiquei tão triste ontem. Lembrei-me de quando foste ter comigo à loja e agiste como um cliente. E de teres ficado à minha espera. E não aparecias, não estavas lá mais. Queria muito... Muito.

Queria também, muito, embrulhar-te nas manturas agora.

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