é sentir que te perco um pedacinho mais a cada dia.
Não me falas. Não te sinto. Não te sei. E já não me sei, por não te saber. Tu és meu e sempre foste. Sempre fomos um do outro. Como a chuva é das nuvens e como os raios são do sol. Inevitavelmente sempre fizemos chover nos raios e queimámos as nuvens. Inevitavelmente sempre evitámos evitar-nos. Ou eu evitei. Pois tu... evitas-me sempre. E eu sei que se te evitasse, tantas situações eram evitadas.
Não te sei. Não te tenho. Não te ouço. Mas quero-te. Como sempre te quis. Mais do que sempre te quis. Quero tudo o que é nosso e sempre foi. Quero ainda mais.
Quando te vais, levas-me sempre tudo. Tudo. E o sentido da minha escrita só se começa a sentir quando sinto a lágrima cair. Escrevo por escrever, na esperança que vais ler. E perceber. Baralho os estilos porque assim está a minha mente desde que te foste: baralhada. Mas o meu coração não está. Nunca esteve. E sinto que, para que ele não sinta, tenho de o arrancar. Pegar nele e colocar ao lado das tuas roupas perdidas no meu quarto, das memórias do teu mau dormir; de quando acordavas a meio da noite a discutir comigo e de manhã não te lembravas. Quero tanto escrever. Quero escrever quase tanto como te quero a ti: que é muito. Mas já não sei. Vês? Levaste-me tudo.
Procuro as tuas mensagens carinhosas que me devolviam o sorriso num piscar de olhos, num carregar de botão... e já não existem. O que existe é a minha dor, que me come o corpo lentamente, como o queimar de um cigarro, e o transforma em cinzas. E aí, tento eu mesma ser uma fénix e conseguir renascer... Mas cada vez que renasço, renasço por ti e para ti: porque tu existes.
Nunca saberia não te ter.
Nunca saberei não te ter.
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