segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pega

na minha mão como se nunca a tivesses pensado largar.

Sempre tive o dom da persistência e saber esperar é a minha melhor qualidade.

Sempre te escrevi. Mais nos maus momentos do que nos bons, e desta vez aqui está mais uma prova que a alma ferida é a que melhor se expressa. Não sei quanto mais tempo as nossas vidas se vão cruzar, ou se vão. Bem no fundo eu sei que sempre me pertenceste, quer estejas comigo ou com outro corpo. Tu és e vais ser sempre meu. Meu melhor, em tudo.

A minha mãe sempre me disse que o que arde, cura. E eu só espero que o tempo seja para ti o pior álcool etílico que alguma vez tocou as tuas feridas. E que esse tempo se expresse em horas, dias, semanas ou até meses. A vida não é nem nunca vai ser justa e boa para todos. A minha nunca foi. E foste tu que aos poucos a soubeste melhorar. Sempre disse aos meus botões que a nossa história daria mais que uma resma de enciclopédias, geniais, onde termos como "amor", "compreensão" e "perdão" apareceriam com modos que só nós sabemos, bem como os neologismos que sempre gostámos de criar em conjunto. Sei que estou tão marcada em ti como se tivesses tatuado, e tu estás em mim como uma cicatriz que fica depois de uma operação difícil: não dá para disfarçar - eu nunca soube. 

Não tenho muito na minha vida, mas aprendi a dar valor às coisas que conquistei. Acontece que nem sempre os meios justificam os fins, e os fins podem muito bem ser culpa dos meios. E eu, que sempre pus os teus meios pelo meio dos meus recalcamentos, não sou capaz de fazer com que os meus próprios meios não te calquem. Hoje, pisei merda. E preferia pisar merda todos os dias, a sentir que algum dia da minha vida te fiz sentir que poderias ser uma merda, pisada.

Se faz sentir, faz sentido. E eu, sinto tanto...

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