domingo, 8 de junho de 2014

Por

esta hora já devia estar a acabar de me vestir para sair de casa.
Mas não estou.

Estou sentada na minha cama de lençóis da Barbie, depois de acordar de um sonho - pesadelo - que me prova que nem tudo é cor de rosa. Como te prometi internamente, estou a passar ideias vagas de um papel que me serviu de rascunho ontem à noite, quando a coisa que mais vontade me dava era falar contigo. O meu rascunho surgiu num papel do Continente que tinha a conta de mousse de chocolate, bolachas e bombocas com recheio de morango. Sei bem o que preciso para encarar os tempos que estão a passar. 

Às vezes sinto que já não és meu. Que és só teu. E é estranho porque eu não sou minha - sou tua. Por isso arranjei-me para ti, mesmo sabendo que não te ia ver hoje. Fico sempre à espera de chegar a casa e estares estacionado à minha porta, com um sorriso nos lábios enquanto dizes o quanto sou importante pra ti. 

Tenho saudades de partilhar uma ginger ale contigo - eu com a minha Artic Melão e tu com o teu gin. Tenho tantas saudades de chegar ao fim da noite e de te ensinar a dançar kizomba... De comentar tudo o que acontece e não acontece e porque acontece e porque não acontece. Ias rir-te tanto ontem. O teu amigo "gordo da contabilidade" até levou umas Nike Shox para dançar melhor no final da noite e fez um show na mesa de mistura só para nós, já quando aquilo estava vazio. Vazio... Vazia estou eu agora.

Ontem marquei os nossos nomes juntos na parede da copa do bar, onde estavam os outros todos. 
Acho que assim podemos ficar juntos para sempre, nem que seja na intersecção de dois azulejos brancos banais.

Sem comentários: