sábado, 17 de maio de 2014

A falta

que me fazes  é mais que muita.

Queria ligar-te depois do trabalho como faço quase sempre, ou enviar-te mensagem pra te ver no Hangouts. Todos os dias o tenho ligado na esperança de apareceres por lá e teres vontade de mim outra vez. Todos os dias te procuro pela internet, na esperança de estares em casa nesse momento a fazer o mesmo que eu faço a cada segundo, em todos eles, pensar em ti.

Sempre que passa um carro à minha janela e abranda, eu corro à persiana pra saber se és tu. E não és. O teu presente está embrulhado em cima de uma das minhas mesas pretas, com uma mala minha sobre ele quase pra que eu não o veja. Queria tanto ver-te usar. Mas já não sei quando ou se vou ver. Penso sempre que fomos feitos pra estar juntos e que tu só estás a adiar o inadiável, mas já não sei, meu amor. Já não percebo. Visitei a minha avó que tem Alzheimer no lar, sabes? E ela perguntou por ti. Sabia exatamente o teu nome. E isso dói. Dói não poder levar-te lá só mais uma vez, antes que ela nos deixe de vez. Não vou dizer-te nada porque quero dar-te o espaço suficiente pra perceberes que somos um. Mas não sei suportar a tua ausência. Sabes tão bem que nunca saberei.

Enquanto te escrevo rodo duas vezes por minuto a janela para o meu g-mail. 

Não estás online.
Nunca estás.
E parece que eu também já não estou online no teu coração.
Ajuda-me a saber que nunca me vais deixar.

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