«Yesterday is history, tomorrow is a mistery, but today is a gift.
That's why we call it "present".»
Estou cansada. Já não uso lenços de papel pois estou em contenção de custos. Contenção essa que, na verdade, não é contenção nenhuma, já que a minha melhor terapia é ir às compras e esbanjar todo o meu dinheiro. Ainda assim, estou em contenção. O meu o melhor amigo já não é o pacotinho de lenços da Minnie (que também comprei por um preço exorbitante quando estava deprimida algures). O meu melhor amigo é, agora, um rolo de papel higiénico. E é tão macio.
Hoje joguei fora o lixo do meu caixote e tal como tinha reparado anteriormente, mais de metade eram bocadinhos maiores e menores de papel higiénico molhado e borrado de base e rímel. Não. Molhado já não. Porque o papel higiénico é assim, seca muito mais depressa. Entende que, tal como as lágrimas que correm dos meus olhos - cansados, mais uma vez, cansados - eu tenho pressa, tanta mas tanta pressa de casar os nossos apelidos, de unir as nossas almas tão bem como quando unimos as nossas bocas e mãos e corpos e - parou. Sai daqui só hoje, por favor. Só esta noite, para que o meu amigo deixe de ser o meu rolinho branco de papel.
Se bem que ele não é mau. Ouve-me sempre, sempre. Ele nunca se cansa da minha história, das nossas histórias, mesmo que lhe conte o mesmo vezes e vezes sem conta. É mais que um amigo. E percebe-me melhor, aliás. Ele deixa-me tirar exactamente a quantidade que preciso, e não acaba logo... não tenho de utilizar outro lenço e desdobrar. Não! Basta puxar e rasgar. Exactamente como o que tu fazes com aquilo que eu sinto.
Às vezes usas um bocadinho só, outras vezes usas mais. Mas rasgas.
E olha que eu não sou um rolo de papel higiénico.
A mim, dói.
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