tido mais que mil ideias para escrever textos para ti.
Algumas coisas fazem sentido, outras não. Querer escrever-te, aqui, é a pior sensação do mundo. Sim, eu sei que isto sempre me libertou, mas significa que não está tudo bem. Quando escrevo, imagino sempre que estou a falar contigo, por isso queria pedir-te desculpa por esta pausa de cinco minutos em que estive a chorar. Estou enroscada naquela manta roxa que tu gostas, ou que eu te fiz dizer que gostas. Agora, é a única coisa que me aquece o coração. E pouco. E sei que só aquece porque a comprei em saldos e foi uma pechincha. Sabes como eu sou com estas coisas de comprar tudo o que acho que é "uma grande oportunidade".
Queria falar-te, mais uma vez, sobre a dor. Pensei em fazer uma pesquisa sobre os sítios que me doem mas depressa achei que isso era uma ideia aborrecida. Se quisesse falar sobre isso, punha uma imagem do corpo humano e uma seta. Pronto. Feito. E não. O que eu quero dizer-te é que me dói a garganta. Muito. Acho que é quando choro. Depois doem-me os olhos. Depois a cabeça. Mas antes da garganta, o que sinto é falta de ar. Já ouvi várias histórias de relações que deixam as pessoas sufocadas. Mas ouve, a minha falta de ar nada tem a ver com isso. Falta-me o ar como se estivesse num episódio de CSI em que acabei de ser projetada a 200km/h contra uma parede. E não morri imediatamente. Fiquei só ali. A querer respirar e não conseguir. Sinto uma barra de ferro a trancar-me os pulmões. Senti uma pancada no tórax, enorme. Que não dói fisicamente. Se calhar já estou em fase de "quase-morte". Se calhar já estou a percorrer o caminho, a seguir a luz, não sei. O que é certo é que a dor não é física - isso eu sei. É uma dor que me corrói as memórias, uma dor que me queima. Mas que não dói. Fisicamente não dói. Mas dói. Tanto.
Raios! Como se explica isto?
Uma dor que não dói mas dói?
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