segunda-feira, 18 de março de 2013

Faz

tanto tempo que não te escrevo...


E mesmo assim, parece que te escrevi todos os dias. Na minha cabeça, eu sei que sim. Só não tinha a coragem de tornar público tanta barbaridade apaixonada que eu escrevo mentalmente. Foi aqui que começámos. Criei o meu blog pra me poder expressar e assim que te conheci passei a usá-lo para te dizer tudo o que não podia. Escrevia todos os dias, lembras-te? O meu objectivo era deixar-te com esse brilho dentro dos teus olhos verdes, que tu tens sempre que sorrio pra ti. Se conseguisse, eu era uma mulher mais feliz.

Estou longe de ti. Muito. E sinceramente nunca pensei ser eu a deixar-te fisicamente. A minha conexão a ti é única. Sinto-te dentro de mim como se tivesse sido ontem a última vez, ou a primeira. Lembro-me de nós sempre que estou triste. De todos os momentos que não vale a pena enumerar por serem tão vastos e tão nossos que mais ninguém pode compreender.

Estou longe de ti. Almoço sozinha. Não tenho quem me traga um pequeno almoço à cama ou quem me ligue quando acorda a desejar bons dias. Não existe mais a dor de te ver sair do meu quarto por teres de ir para as aulas. Não existe mais a dor de te ver ir embora porque vives com os teus pais e não podes ficar toda a noite comigo. No entanto, existe dor. E essa dor, é maior.

Estou longe de ti. Não te tenho mais a estacionar à minha porta ou a correr à chuva pra me ligar o quente do carro porque eu não sei. Não existe mais o teu jeito de me temperar a água ou de pegar a toalha quando quero sair do banho. Não há mais perguntas sobre o que é certo ou errado. Não há mais explicações sobre temas que nunca hei-de compreender, mas que saem da tua boca como se fossem a coisa mais interessante do mundo. 

Estou longe de ti. Mas ao mesmo tempo tão perto. Tão perto que quase consigo cheirar-te. Tão perto que posso fechar os olhos e despir-te subtilmente, enquanto te imagino a apagar a luz. 

Estou longe de ti. Mas um dia, tu sabes que um dia eu vou voltar.
E nesse dia, espero que não sejas tu a estar longe.
Amava-te perto. E amo-te longe.

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