E na minha cabeça eu penso «Será que a meia hora que ele vai estar comigo pode prolongar-se para sempre?», respondendo-me quase de imediato. «Provavelmente não, mas talvez dure o tempo suficiente».
Duas horas depois continuas comigo, já eu rendida não ao teu simples riso mas ao teu riso envergonhado. Perguntas se é colo que eu quero, como se fosse uma recordação de infância que quase nunca tive. E eu sei que sim. Há dias em que tu vens que só preciso disso. Um colo, mais nada. De vez em quando tudo o que precisamos é sentir-nos rodeados de carinho e nada mais. Sem palavras, só presença física. Sei que por vezes, com o tempo, deixamos de cuidar do que já "temos na mão", talvez sem dar conta, mas nunca me fazes sentir isso... ainda que não saibamos exactamente de onde veio isto ou para onde isto vai. E, no final, se tudo se for, tal como tudo veio, não dá para voltar atrás porque o que foi feito não dá para refazer. Tu tens uma forma estranha de me fazer querer-te comigo. De sorrir e me deixar desarmada. Mesmo quando a única coisa que eu sei que quero naquele momento é ficar amuada de propósito só para ter mais um pouco do teu tempo e do teu mimo nas minhas costas. Tens um jeito estranho de me fazer tomar as tuas manias, as minhas. E de usar as expressões que tu usas. E às vezes sonho contigo e acordo com medo de te perder. Outras sonho e quando acordo percebo que tu próprio estavas também a sonhar, deitado do meu lado. Tu tens um jeito estranho de cuidar tão bem de mim que cada vez sinto mais necessidade de continuar a ser assim cuidada. E um jeito de rir comigo e achar piada às minhas brincadeiras parvas ou frases impensadas que eu digo sem querer. Que jeito que tu tens de me perceber melhor que ninguém e de saber exactamente como eu estou e o que estou a pensar só de olhar para mim.
E, quando combinamos estar juntos, eu tomo um banho rápido, troco de roupa de forma a parecer menos desarranjada e passo um creme no corpo só para tentar agradar-te. E depressa penso em qualquer coisa que possa fazer ou dizer que torne o teu bocadinho comigo especial. E depois a mania que tu tens, e sempre tiveste, de me fazer esperar-te como se tudo dependesse disso. Quando te atrasas apetece-me matar-te, por pensar que já não vens. E quando tu chegas, a minha única vontade é saltar para as tuas costas, dar-te um abraço gigante e encher-te de beijos, enquanto dançamos sem música, como se fosse uma cena tirada de um filme.
Há um ano que assim é.
Se não fosse de verdade, eu já tinha fechado a mala com a roupa usada e suja, e apanhado um comboio que saísse do nosso mundo.
Continuo, hoje, aqui.
E, quando combinamos estar juntos, eu tomo um banho rápido, troco de roupa de forma a parecer menos desarranjada e passo um creme no corpo só para tentar agradar-te. E depressa penso em qualquer coisa que possa fazer ou dizer que torne o teu bocadinho comigo especial. E depois a mania que tu tens, e sempre tiveste, de me fazer esperar-te como se tudo dependesse disso. Quando te atrasas apetece-me matar-te, por pensar que já não vens. E quando tu chegas, a minha única vontade é saltar para as tuas costas, dar-te um abraço gigante e encher-te de beijos, enquanto dançamos sem música, como se fosse uma cena tirada de um filme.
Há um ano que assim é.
Se não fosse de verdade, eu já tinha fechado a mala com a roupa usada e suja, e apanhado um comboio que saísse do nosso mundo.
Continuo, hoje, aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário