Mais tempo.

O caminho mais fácil nem sempre é o que custa menos.

Desde cedo que fui habituada a fazer as coisas à minha maneira e sem ajudas. Acabava sempre em primeiro e primava por ser sempre a melhor. Dizem que a pressa é inimiga da perfeição mas, noutros tempos, o "fazer correcto" era o meu melhor amigo. Cresci. Agora tenho pernas maiores mas já não consigo correr tão rápido como antes. As capacidades, para continuarem connosco, têm de ser trabalhadas. E eu não trabalhei. Dediquei-me a isto, e é isto que faço melhor, agora. Ou pelo menos, eu penso que é. Ou é o que dizem. Estou confusa. Eu não sei viver sem os tempos em que pensava que o tempo ia passar e ias ter o mesmo pensamento que eu. Abstractamente, tu sabes que tenho razão. Ou não sabes. Todos saberiam, menos tu. As discussões que terminavam num "Vai ser melhor assim." fazem sentido agora na minha cabeça. E sabes qual é? Não têm sentido. Não têm absolutamente sentido nenhum. O meu lugar é aí. Ou o teu aqui... se bem que nunca de cá saíste. Não vale a pena mudar. Nada vai mudar. O que mudar sozinho será para nos mostrar que nunca devíamos ter mudado. Há pessoas que alguém coloca nas nossas vidas, e não é por acaso. Nem é o tempo. É qualquer coisa. E é tão ingrato deitarmos isso fora. Não me passaria pela cabeça fazê-lo e hei-de repeti-lo vezes sem conta, mesmo que seja interiormente. Mesmo que seja nos meus escritos que nunca ninguém há-de ler. Mesmo que seja só para mim. Mesmo que tu já estejas longe, e que o tempo não te tenha dado coragem suficiente, nem vontade, nem certezas. 

O tempo cura tudo. Deixa passar um tempo. Com o tempo tudo se resolve. O tempo vai ser teu amigo. Han haaan, pois é. É mesmo isso que acontece... Sonhadores. O tempo não me faz mais feliz. Quem me dera que, por vezes, ele nem passasse mais. O tempo faz-me pensar tanto noutros tempos que a minha mente pára a repete o mesmo vezes e vezes sem conta, quase como que implorando um final "Estás a ser meu amigo, seu tempo filho da puta?". 

O tempo não se encarrega, sozinho, de mudar nada.

Na-di-nha.