terça-feira, 17 de abril de 2012

Ele

adora discurtir comigo e eu adoro implicar com ele.
Isso tem um nome.

Pode não mover montanhas, pode não ser do jeito que eu quero. Pode ser imaginação, coisas minhas. Coisas que pensei ser nossas e, afinal, não eram. Por vezes precisamos tanto de um grande amor, que nos arrebate o coração e nos tire o ar, que o arranjamos. Colocamos nele tudo o que mais gostamos. O meu é alto, é proporcional, tem olhos verdes. O meu tem um sorriso aberto que me contagia sempre que penso nele. O meu é inteligente, é criativo e original. Por vezes discutimos gramática e conjugação verbal. O meu anda de cinco em cinco minutos de olhos postos em mim e apercebe-se de tudo o que eu faço, de tudo o que me dizem. Se falar nele, qualquer uma vai invejar. O meu, sabe decor o que eu gosto e não gosto - sabe ler-me os pensamentos. Ele pensa como eu e, quando não pensa, compreende. Ele faz-me todas as vontades e, quando erra, enche-me de mimos e frases bonitas. Ele ajuda-me a arranjar o cabelo e dá-me opiniões que considero cruciais. O meu preocupa-se e todos as manhãs me diz "Bom dia*". E aquele asterisco soa na minha mente como o seu beijo de língua que me deixa louca.

O meu amor de arrebatar, é este. Só não sei se existe mesmo, ou se fui eu que o criei.

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