sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Digamos

que estou há meia hora a olhar pela fresta da minha janela.

E não há forma de vires. Não vens. Voltei a ficar assim por causa de ti, não é? Parece que gostas destas coisas. E eu que já me tinha esquecido de como era esta sensação. O meu nariz, desta vez, nem picou. Desataram a cair um bando de descontroladas lágrimas. As pessoas choram por motivos tão estúpidos. Quem dera. Quem me dera, que o meu motivo também o fosse. Não sei se fico em casa ou se mais vale sair. Sair daqui, desanoviar, espairecer, ver pessoas, falar com pessoas. Sabes, as minhas amigas estão à minha espera. E eu não ia sair. Fiquei imenso tempo deitada em cima da minha cama, de telefone nas mãos, enquanto a minha maquilhagem se borrava. Olho, mais uma vez, pra janela. Nada. O que é que faço contigo? Eu que já fiz tanto. O que é que faço desta vez? Tu não entendes, ou mostras não entender. E eu também não entendo o motivo de eu fazer sempre mais do que tu. Sempre fiz. E pensava que, desta vez, estávamos a igualar esforços. Pensei que tínhamos a mesma vontade, o mesmo olhar, o mesmo parecer. Enganei-me. Enganas-me. Sempre. Enganas-me sempre. 

(ufffffff)
O amor
dói.

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