é preciso mostrares beleza a quem não vê, nem dizer verdades a quem não ouve. Basta não mentir para as pessoas com quem falas e não decepcionar os olhos de quem olha por/para ti. As palavras talvez me conquistem temporariamente, mas as atitudes perdem-me ou ganham-me durante muito mais tempo...
É muito mais fácil acreditar em ti quando dizes exactamente o que eu quero ouvir. Sempre que não o fazes, eu convenço-me que me mentes "para não me magoar". E falo contigo, até finalmente me dares razão. No início, julgava que era aí que mentias mas agora sei que apenas sentes o dever de esconder o que trazes dentro de ti pois quando não o fazes eu sou ainda mais tua. Não é justo ter um sentimento "não-positivo" em relação a ti: tu és incapaz de me negar algo que eu queira, que esteja ao teu alcance. Perguntaste-me com ar longínquo se não estaria a esquecer-me de tudo o que fazes e, na verdade, julgo que estava. Mas a certeza que tenho é esta: eu não sou tão forte como pareço. Tu não imaginas todos os diálogos que passam na minha cabeça cada vez que estou calada, sentada na minha cama, a olhar para sítios que nem eu mesma saberei justificar a escolha. A minha visão foge do teu corpo e concentra-se no meu de cada vez que prometo a mim mesma que "tudo vai ficar bem, um dia". E nesses momentos, ladeando-os com eles aqueles em que estiveste presentes, compreendo a importância que tu exerces na minha vida.
Eu não te amo pelo espaço que ocupas no meu coração.
Amo-te pelo vazio que lá deixas cada vez que vais embora.
1 comentário:
Notei algum leve substrato de positivismo hoje?
Vale a pena ter coração.
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