Sinto

tanto quando não te sinto.

Ah, mas quando sinto, sinto ainda mais. Sinto com tanta força. Vale a pena esperar pelo tempo em que momentaneamente fazes com que um momento valha mil. Um milhar de gente pôr-se-ia a milhas agora se conseguisse sentir o sentimento sentido por mim quando o momento sentido pôde passar a texto redigido. Textas-me a mente em textinhos pequenos. Fazes com que a minha pequenez engrandeça com o som que sai da tua boca e entra nos meus ouvidos. Ouço-te os gemidos, sorrisos, momentos precisos em que precisas o meu sentimento que se traduz num grande precisar de ti, que é o que eu sinto. Eu sinto tanto quando não te sinto. Tu tiras-me a fala e falo com os dedos. Dedilho o teclado que conheço pior do que conheço o teu corpo. Corporizas os meus corpos de palavras e o teu palavreado sedutor seduz qualquer forma minha de contra-sedução. Contrariamente ao que um diz que sente e não sente prendes-me a mente e mentes, e eu mentiria se algum dia dissesse que não te adoro. Adoro-te, adoro-te. É a ti. A ti. Tic-tac. Tic-tac. Volta lá, sinto tanto quando não te sinto.