Sinto o estômago a querer saltar da minha boca. Tenho saudades dele. Quero poder correr para os seus braços e julgar que nunca de lá saí, algum dia. Confundindo a mente conseguimos chegar aos pontos fulcrais onde pensamos nunca conseguir chegar. É tudo psicológico e depende do ponto de vista, já dizia alguém cujo nome que me ocorre não bate certo com a pessoa.
E eu pensei em jogar as chaves no chão e ir à procura dele, sentar-me à sua porta só para poder vê-lo passar sem que ele note. Ver de longe o seu desajeitado jeito ajeitado à calçada. E a sua sombra perfeita no ladrilho, faz com que os meus sonhos ganhem igual tamanho.
Quando voltarmos à realidade, sei que vou encontrar-te e tu vais estar feliz. Perceptivelmente feliz, irritantemente feliz. Mas vou ter de fingir que estou tão feliz como tu. E quando tu conduzires, eu prometo ignorar o vermelho fazendo-me de despistada, só para sentir o impacto que é ser atropelada por ti. E vou sentir que poderemos, um dia, passar um pelo outro, sem passado concreto ou inconcreto, e saber que tu vais tomar o jeito de perfeito desconhecido e eu de imperfeita conhecida, à procura de um buraquinho para me esconder. E aí vou lembrar-me das minhas Converse gastas pelo tempo e repletas deles, já enquanto escolho aquele onde me vou enfiar.
Um destes dias, vou arrepender-me de não ter dito nada nos momentos em que nada havia a dizer.
E quando me perguntarem por ti, vou ter a coragem de mentir, como se não fosse nada comigo, e vou responder que nunca mais te vi. E no final vou dar por mim a pensar:
“Espera, eu não tenho saudades da pessoa que ele é. Tenho saudades de quem ele foi.”
8 comentários:
Está muito bom, as calçadas podem nao ser novas mas tu gostas de as partir assim.
“Espera, eu não tenho saudades da pessoa que ele é. Tenho saudades de quem ele foi.”
É bom quando pensamos assim. O pior, é que dura apenas uma fracção de segundo tão pequena quanto a vontade que temos em não o ter (de volta), em não o sentir, em não o amar. Não é fácil. Nunca ninguém disse que seria. Mas, também te digo, se fosse.. não era Amor. O amor dificulta-nos a vida ao mesmo tempo que a simplifica. o amor rouba-nos o bem estar, ao mesmo tempo que o devolve. O amor é sol, o amor é lua. O amor é nada, o amor é tudo. Paradoxos que fazem parte de nós e das nossas vidas e que sem eles, não saberiamos sentir o sentimento que domina o mundo, e que, mesmo às vezes não querendo, nos domina a nós.
Lisboa ama-te, Coimbra.
Oh senhor Cão, vai-me explicar esse comentário?
A senhora explica-me os seus textos?! Tenha paciência.
Se quiser que lhe explique, pode pedir, que terei todo o gosto. Sabe, esse seu nickname tem um peso sentimental relevante para mim. É engraçada a coincidência.
Qual coincidência !?
'É tudo psicológico e depende do ponto de vista' acho que fui eu que te disse :D / bruna
é de fazer chorar as pedras da calçada, hum, será isso?
MV
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