sábado, 16 de abril de 2011

Continuo a mesma de sempre.

Hoje, acordei transpirada. 
Sonhei com vocês. Com vocês as duas. E contava-vos, entre soluços incompassados, porque é que me sentia tão mal por não poder sequer dizer-vos um olá quando passam por mim.


Ontem, antes de vir para casa, vi-te sentada no muro à frente da porta do Dolce Vita. Estavas a falar com o teu namorado. E eu tive vontade de perceber, mais uma vez, o que é que te tinha feito de tão grave para sentires toda essa repulsa. Mas não o fiz. Continuei a andar, como se nem te tivesse visto. Tu não reparaste que eu passei por ti, provavelmente, porque estavas de costas, mas se tivesses reparado, ias ignorar-me. No início, dormi contigo, na tua casa, e vi a doçura com que o teu pai te levou o leite à cama, de manhã. E tu, de um momento para o outro, passaste a odiar-me. Eu não te quero mal, nunca quis. Mas é impossível correr atrás de alguém que foge com o dobro da velocidade. Tu chamas-me "frustrada". E eu até sou. Podes ver, depois destas palavras, que sou mesmo. E parva, por estar a escrevê-las.

E depois virei-me para ti. Tu, que és provavelmente a pessoa da qual mais me custou separar, foste deixada para o fim. Dizia-te que tinha mais para explicar. E tu soltaste entre dentes que "fui a tua melhor amiga, mas as coisas mudam". Sim, as coisas mudam. O teu namorado era, antes de seres tu, a pessoa com quem eu mais me identificava. E com o passar do tempo, já nem com ele falo. As nossas mães são amigas há mais tempo do que nós fomos e eu lembro-me de saber que dava a vida por ti. Não posso esforçar-me eternamente por poder voltar a ter a mesma relação que tinhamos, até porque nunca seria igual. Tu encontraste novas pessoas, e eu encontrei também. Não estou mal neste momento, se queres saber. E caso não queiras, posso dizer, mesmo assim, que contigo talvez pudesse estar melhor.

Não seria bastante bom se os sonhos nunca tivessem caras?
Talvez parecessemos menos desesperadas...

1 comentário:

Soraia Tomaz disse...

Joaninha às vezes não sei se é melhor meter o orgulho de lado ou não. O que escreveste fez-me pensar em coisas semelhantes, seja como for, fiz o mesmo que fizeste agora e, muito sinceramente, não mudou grande coisa. Pode mudar no momento ou uns dias. Mas quando é só uma/um a puxar, esquece. Não vale a pena. Tu própria te vais cansar e quiçá, não lutes como lutarias há tempos atrás. Qualquer coisa já sabes ;)