Sinto que não consigo sem ti e o tempo escasseia, como se se quisesse assemelhar a um lavatório quando lhe é tirada a tampa. O tempo peca por mudar. Se pudesse de alguma maneira pará-lo, ou voltar atrás, tal qual nos livros de magia, escolhia um momento que não te envolvesse; onde ainda te achasse pouco simpático e onde estivesse longe de prever sentir mais do que tu dizes sentir por mim - indiferença.
Se te odeio? Não... e nem queria. O problema talvez resida aí. Se ao menos eu pudesse não te achar perfeito depois de tudo (ou quase nada?). Se eu conseguisse não te desejar. Se eu soubesse...
( Quando tentei expressar-me em papel, a minha caneta fugiu-me para lugares que eu já conhecia e escreveu-me frases que eu já escrevi antes. E, então, risquei e tentei de novo. A única novidade não poderia, de todo, ser não conseguir lidar com isto sozinha. )
E quando acabo de manchar a folha quadriculada onde escrevo, sinto que tenho o meu coração dividido ainda em mais partes, sendo que as minhas não estão tão organizadamente certas.
E, queres saber?
Não pretendo fazer tudo sair de mim tão depressa como tu pretendes.
Eu não sou só verdadeira com a minha caneta.
Confia em mim, sabes que podes.
E eu, vou ter agora dois segredos.
O segundo, é que vou preferir querer-te escondida, com a mesma liberdade de quem trabalha por gosto e não por necessidade é que, quando fecho os olhos, ainda sinto o sabor da tua língua na minha.
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