Um dia lá me cruzei com o amor
Vinha marcado naquele olhar
À sua passagem o meu coração quase saltava
E eu só desejava que ele voltasse atrás.
Era tamanha a excitação que me percorria,
Que mal conseguia esconder aquele desejo cru.
Acenei-lhe devagar e ele parou.
Fitava-me com o seu jeito doce e envergonhado
Mas que ao mesmo tempo me deixava intrigada.
Parei então também e sorri-lhe
Mas ao contrário do que esperava, ele fugiu.
A sua sombra perfeita na calçada
Eram sonhos para mim nunca alcançados.
Tentei apanhá-lo mas era tarde.
A imagem que os meus olhos antes espelhavam
Estava agora espelhada apenas dentro de mim.
Apressei-me a procurá-lo, mas nada fazia sentido.
Ninguém o tinha visto, ouvido ou sentido do mesmo jeito que eu.
E eu apenas me mantinha ali,
Expectante pelo seu regresso.
Sentei-me a um canto, pensativa.
Desejava-o mais que tudo, queria tanto tê-lo para mim.
Porque só eu o via daquela forma?
Porque é que ele não saía apenas da minha mente?
Talvez fosse um sinal.
O amor não chega do mesmo modo a todas as pessoas.
Mas eu estava determinada a encontrá-lo,
Sabia que era ele!
Então, uma brisa de sentimentos gélidos percorreu o meu corpo.
Finalmente descobrira!
O amor não era para todos os que o desejavam,
Mas somente para os que, de verdade, o mereciam.
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